Em declarações à Lusa, após um encontro de cerca de meia hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, Jorge Moreira da Silva realçou que «este é um momento crucial» e que um «acordo é necessário para travar as alterações climáticas nos próximos dez anos».
O consultor do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) para a energia e alterações climáticas revelou também que as negociações que antecedem a conferência da ONU sobre o clima, que vai decorrer em Dezembro, em Copenhaga, «estão num impasse», com «sinais por parte de muitos negociadores de que não se possa sair com um tratado, mas só com um acordo político».
Embora afirme que um acordo político «é positivo», podendo vir a ser vertido em tratado «um ano depois», Jorge Moreira da Silva sublinhou que «é mais preciso um tratado», com metas de redução de emissões, para os países industrializados e taxas de crescimento das mesmas, para os países em desenvolvimento.
O tratado, acrescentou, deverá também assegurar um envelope financeiro que auxilie a adaptação dos países em desenvolvimento às alterações climáticas e a redução das suas emissões, permitindo ainda a criação de um mercado de carbono global.
O Presidente da República «é um líder muito ouvido», com «uma relação muito próxima, diplomática e política, com os mais importantes líderes do mundo» e «muito sensível às alterações climáticas e à promoção das energias renováveis», disse Jorge Moreira da Silva.
O PNUD está a desenvolver vários projectos de abrandamento dos efeitos das alterações climáticas através da celebração de parcerias entre países industrializados e países em desenvolvimento, nomeadamente Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
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